quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

E os Alunos, Senhores Professores?...

Os Senhores Professores

Não querem ser avaliados,

Não querem cumprir o Memorando de Entendimento assinado livremente por todas as partes há bem poucos meses, em todas as matérias reivindicativas cabalmente cumprido pelo ME,

Não querem o Estatuto da Carreira Docente,

Não querem permanecer na Escola 35 horas por semana, como qualquer outro trabalhador (muitos têm de cumprir 40 horas ou mais),

Não querem dar as aulas de substituição,

Não aprovam o Estatuto do Aluno,

Não querem...

Que querem então, Senhores Professores?...

Será que é assim que contribuem para o desenvolvimento académico e intelectual de que o País tanto precisa?

Em dias como os de hoje em que, para além do rigor das condições atmosféricas, as condições no mundo laboral são tão competitivas e exigentes, será aceitável penalizar tantos pais que se viram obrigados a faltar aos empregos para tomar conta dos filhos, correndo o risco de fragilizar ainda mais os vínculos laborais tantas vezes precários?

Não deveriam os Senhores Professores serem obrigados a serviços mínimos, que permitissem minimizar o impacto duma greve no seio dos alunos e das respectivas famílias?

Famílias, muitas delas, a enfrentar problemas imensamente maiores do que ser avaliado como se é em qualquer outra profissão?

E os Alunos, Senhores Professores?...

Não me parece que seja este o caminho que credibilize a Profissão Docente e muito menos que contribua para o respeito que os Professores devem merecer dos alunos e da sociedade em geral!


1 comentário:

jünger disse...

começo a ter uma vaga esperança que com os aconteciemntos recentes, a verdadeira classe docente se deixe de manipulações oportunistas e opte por uma posição coerente. Direito inegavel à greve, manifestação, sindicalismo e defesa dos interesses da classe - correcto, afirmativo e apoiado. Birra, arruados insultuosos, manipulações de sindicalismo cego e fútil, não obrigado! Curiosamente, ou não, a pessoa que relembro com mais clareza enquanto dura crítica deste tema (na altura nos seus inícios), é uma professora que tive cujo grande e efectivo problema era uma questão muito simples - o garfo que havia engolido há uns anos atrás.. Não ponho de todo em causa a honestidade, brio e profissionalismo da maioria (quero acreditar..) da classe docente, reconheceria porém a minha relutância (enquanto hipotético pai) em deixar o meu educando aos cuidados de pessoas que no dia anterior haviam aparecido atrás das câmaras da RTP com cartazes criticando mais que brejeiramente a entidade de responsabilidade máxima sobre os seus empregos - uma Ministra da governação nacional.

Com todo o sincero respeito que me merecem, não estamos a falar de uma manifestação de funcionarias da Vadeca, cavalheiros da Serurb ou serventes da Soares da Costa; tratamos dos encarregados pela formação académica dos homens e mulheres do amanhã, daqueles que parcialmente (percentagem bem consideravel diga-se) os educam!
Debata-se, negoceie-se, chegue-se a entendimentos mas.. elevação e coerência meus senhores!