quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Mário Gouveia - O Candidato do PS Maia

O PS Maia é inequívoco na convicção de quem deve liderar o projecto do PS nas próximas eleições autárquicas de 2009.

Acredito que os maiatos também aprovarão essa convicção!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

" ... Depois, que as respostas para a crise são.... "

O ANO EM QUE TUDO ACONTECEU – DN 26DEZ2008 - Mário Soares
1 . O ano de 2008 está a chegar ao fim e não deixa saudades. Foi o ano em que se desencadeou a grande crise global - melhor dito, as várias crises: financeira, económica, energética, ambiental, alimentar e, a pior de todas, político-moral ou crise de valores -, o ano em que houve múltiplas catástrofes naturais e conflitos terrenos: no Oriente Médio, onde tudo se agravou; em África, no Zimbabwe, especialmente, onde Mugabe está a dar cabo de um país em cólera, em sentido médico e político, sem que a comunidade internacional ouse intervir para pôr fim ao genocídio, dada a cumplicidade culposa de africanos e outros; entre a Índia e o Paquistão; no Afeganistão, cuja situação se anuncia pior do que no Iraque, com o agravamento do terrorismo em rede, cada vez mais sofisticado e actuante, bem como com as acções de pirataria ao largo da costa da Somália... E, contudo, o ano de 2008 também nos trouxe coisas boas. Acima de todas a vitória esmagadora de Barack Obama e a contagiosa onda de dinamismo que desencadeou em favor de uma mudança profunda na América e no mundo. Mudança de políticas (internas e externas), de desígnios, de objectivos afirmados, que valem como promessas e que mobilizaram a juventude, a inteligentzia, os centros científicos, as universidades, o universo do cinema, das artes e da cultura, tendo lançado o Partido Democrático, numa fase de intensa renovação criativa e influenciado profundamente a sociedade americana, incluindo o Partido Republicano, no que tem de melhor.Claro que Obama, antes mesmo de tomar posse, se transformou rapidamente num mito - um novo Roosevelt - para os americanos e para os não americanos. As dificuldades com que já está confrontado são tremendas e, obviamente, não pode fazer milagres. A crise vai levar tempo a vencer, assim como a paz no Médio Oriente, especialmente no Afeganistão (onde os invasores sempre perderam) e contra o terrorismo global, que tem vindo a atacar outras regiões, para além do Ocidente.No entanto, há um vento de esperança que sopra da nova América, que inicia um caminho seguramente muito diferente, a partir de 20 de Janeiro de 2009. Um vento contagiante para a União Europeia e para outras regiões do vasto mundo, que pressionam a voltar ao multilateralismo, ao respeito por todas as culturas e religiões, ao diálogo com o que é diferente, para assegurar a paz, ao plurirracialismo e, numa palavra, aos Direitos Humanos, tal como foram expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em 10 de Dezembro último comemorou 60 anos.O modelo económico-financeiro vai mudar - está mesmo no epicentro da mudança - após o descrédito total do neoliberalismo. Como muitas outras coisas - como a teoria de menos Estado, da "teologização do mercado" e a teoria da supremacia do economicismo sobre a política. Por isso escrevi, num artigo que publiquei no El País, em 17 de Dezembro de 2007, intitulado: "2008 - Um Ano de Viragem". E não me enganei. Tenciono, de resto, transcrevê-lo em livro que publicarei no ano que entra (2009), juntamente com outros artigos, conferências, textos e intervenções que fiz em 2008.2. Os sapatos da ira. Bush resolveu - triste ideia! - fazer uma viagem de despedida ao Iraque. Parece não ter compreendido ainda o mal que fez - e os crimes que em seu nome se cometeram - com a invasão unilateral do Iraque, à margem das Nações Unidas, sem qualquer respeito pelos Direitos Humanos e invocando falsos pretextos, o que se demonstrou depois. Uma desgraça em termos globais que marcou para sempre os seus mandatos presidenciais. Como diz o nosso povo: "O pior cego é aquele que não quer ver."Talvez julgasse que iria ser recebido com flores, como um libertador em triunfo. Para isso deve ter imaginado um cenário televisivo, ultra-apologético e ultradispendioso, controlado por uma multidão de seguranças. Mas o tiro saiu-lhe pela culatra. A tragédia terminou em farsa. No momento em que fazia a conferência final de imprensa - que devia ser uma apoteose - deu-se o impensável: um jornalista atirou-lhe dois sapatos à cara (o gesto mais desprezível que se pode fazer a alguém, no mundo árabe, segundo dizem). Só não lhe acertaram em cheio na cara, porque Bush, como se viu nas televisões do mundo inteiro, demonstrou bons reflexos e sentido de esquiva, escondendo-se debaixo do púlpito em que falava.Imagine-se em que estado físico terá ficado o jornalista, face ao "tratamento" que lhe foi dado pelos seguranças, em fúria. Bush, quando se recompôs, disse uma graçola de mau gosto e mostrou algum fair play. Disse que os sapatos não eram do seu número. Da sua viagem ao Iraque - que não deve ter custado pouco ao erário americano - foi o que ficou...3. A crise global aprofunda-se na Europa. O ano de 2009 em que vamos entrar vai ser muito difícil. A América, centro da crise, e sua primeira responsável, vai, apesar de tudo, sair das dificuldades primeiro do que a União Europeia, porque terá, como já estamos a ver, uma estratégia única para a vencer, enquanto a União Europeia não tem uma estratégia coordenada. Tem várias, consoante os países, em que cada um trata de si, o que representa exactamente o contrário do que deveria fazer uma verdadeira União.A esse propósito, permito-me aconselhar os meus eventuais leitores a lerem a lúcida e muito informada entrevista que o governador do Banco de Espanha, Fernandez Ordonez, deu ao El País no domingo último (dia 21). Que diz ele?Que a crise é gravíssima, pior do que a de 1929, e sem qualquer paralelo com qualquer das que se seguiram.Porquê? Porque ninguém, escapa à paralisia. "Os consumidores não consomem, os empresários não contratam, os investidores não investem e os bancos não emprestam." E acrescenta: "A crise que estamos vivendo tem dimensões históricas e características globais. Tem uma dimensão enorme. A desconfiança é total. O mercado inter-bancário não funciona e gera circuitos viciosos. Os bancos não se fiam neles mesmos e, assim, a crise pode alargar-se para além de princípios de 2010."Um veredicto muito sério e realista que está a afligir os maiores países europeus e não só. As pequenas e médias empresas em especial, que geram desemprego em cadeia, são o mais grave de tudo.4. E Portugal? Há que reconhecer que não está ainda na situação dificílima de Espanha. Mas vai lá chegar, infelizmente. Não tenhamos ilusões, porque isso é inevitável. Que devemos fazer então? Em primeiro lugar, assumir que o ataque à crise é uma prioridade absolutamente nacional, embora tenha vindo de fora. Assim, todos os portugueses, e o Governo, em especial, devem assumir-se como tal, numa postura nacional, mesmo num ano - 2009 - politicamente complexo, marcado por três eleições sucessivas: europeias, autárquicas e legislativas. Depois, que as respostas para a crise são, em primeiro lugar, sociais e, portanto, predominantemente de esquerda, isto é: socorrer prioritariamente os mais desfavorecidos, os desempregados, os imigrantes, as pequenas e médias empresas.Para tanto, é preciso dialogar com eles e, sobretudo, ouvi-los, com espírito de solidariedade.É óbvio que o Governo não pode deixar que os bancos cessem pagamentos ou entrem em falência. Na medida do possível, é claro. Mas o processo de entrega de milhões aos bancos tem de ser absolutamente transparente e bem explicado aos portugueses. Para os convencer de que a entrega do dinheiro não serve para salvar os prevaricadores - que não devem ficar impunes -, mas tão-só para reavivar a economia real e evitar a paralisia. Nesse sentido, o governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, com a sua autoridade e competência, devia seguir o corajoso exemplo do governador do Banco de Espanha e falar aos portugueses para os convencer da necessidade de dar uma resposta nacional à crise, a pior que conhecemos, desde há muitas décadas.Para tanto o diálogo e a solidariedade institucional e interpartidária, com sindicatos, as diferentes associações de classe e com os cidadãos, em geral, devem constituir uma prioridade absoluta - e permanente - do Governo, ainda que precise de engolir alguns sapos, se quiser ser visto como verdadeiramente nacional, como a crítica situação em que estamos parece exigir.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

S16 - Sapato Voador - A Arma da humilhação

O presidente da maior potência mundial foi ameaçado por um par de sapatos, provavelmente "made in china".

O gesto de praticado pelo é repórter é condenável pelo acto de violência, mas é mais grave o significado do mesmo de humilhação para o Presidente, para o Povo Americano e para os homens da sua segurança.

Em suma, tanto armamento em sistemas de defesa e afinal o presidente americano está ao alcance de uma "chinelada"

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

E ainda...

Devido à melhoria das condições de aplicação do modelo de avaliação do desempenho docente que o Ministério da Educação tem realizado, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues assinou um despacho que determina que cada professor avaliador passa a ter uma hora semanal para avaliação de três docentes, reduzindo assim dos anteriores quatro.

Na aplicação desta medida, ou sempre que seja necessário alargar o direito a redução de componente lectiva, deve assegurar-se, sempre que possível, a manutenção do professor com a suas turmas, recorrendo, nestes casos, ao serviço docente extraordinário (ver artigo 83.º do Estatuto da Carreira Docente).
Em todo o caso, recomenda-se a leitura do despacho aqui

Ainda sobre a Avaliação dos Professores...

Os ministérios da Educação e das Finanças e da Administração Pública clarificaram a que grupos de docentes se aplicam as quotas definidas e garantiram a possibilidade de atribuição de pelo menos uma menção de Muito Bom e uma de Excelente, independentemente da dimensão do grupo ao qual elas são aplicadas, através de uma alteração do Despacho conjunto n.º 20131/2008, de 30 de Julho.

As quotas aplicam-se apenas na atribuição das menções qualitativas de Muito Bom e de Excelente, com o objectivo de distinguir, de forma qualitativa, o mérito dos professores, por referência ao universo em que se inserem.

Está garantido que a progressão na carreira de todos os professores não é afectada, uma vez que a classificação de Bom, para a qual não existem quotas, assegura as condições exigidas para progredir.

Assim, a aplicação das quotas garante que:

* os diferentes grupos de professores não concorrem entre si no acesso às classificações sujeitas a quotas, uma vez que as percentagens definidas são aplicadas separadamente a cada um dos seguintes universos: membros da Comissão de Avaliação; coordenadores de Departamento Curricular ou dos Conselhos de Docentes; professores titulares avaliadores (providos em concurso ou nomeados em comissão de serviço); professores titulares sem funções de avaliação; professores; e docentes contratados;

* em cada grupo de docentes, possa ser sempre atribuída pelo menos uma menção qualitativa de Muito Bom e uma de Excelente, independentemente da dimensão do grupo de avaliados, uma vez que os arredondamentos são sempre efectuados por excesso;

* quando não exista nenhum avaliado com classificação correspondente a Excelente, a quota prevista para esta classificação pode acrescer à quota da menção Muito Bom.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Desmistificação da Avaliação de Desempenho dos Professores

Mito 1 – É um processo muito pesado e burocrático.

Não. Os professores avaliados, cerca de 70% do total de professores, apenas intervêm no processo na definição dos seus objectivos individuais e na auto-avaliação. A definição dos objectivos, que inicia o processo de avaliação, segue as orientações de cada escola e é um processo semelhante ao adoptado em todas as organizações. É em função destes objectivos que cada avaliado preenche, no fim do ciclo avaliativo, a ficha de auto-avaliação. Os professores avaliadores têm um volume de trabalho maior, motivo pelo qual lhes foram atribuídas condições especiais de horário.

Mito 2 – A avaliação impede os professores de darem aulas.


Não, uma vez que os professores avaliados têm intervenções pontuais no processo, e os horários dos professores avaliadores já integram, regra geral, as horas necessárias ao exercício das actividades de avaliação. Além disso, eventuais necessidades adicionais de redução de horário, na sequência das recentes medidas de simplificação da aplicação do modelo de avaliação, poderão ser ultrapassadas por recurso ao pagamento de horas extraordinárias, de forma a evitar que os professores abandonem as suas turmas.

Mito 3 – O modelo de avaliação de desempenho docente não é exequível.

O modelo de avaliação está a ser aplicado em muitas escolas e milhares de professores já desenvolveram, no corrente ano lectivo, actividades associadas à concretização da avaliação. No entanto, face a dificuldades identificadas por escolas e professores, foram tomadas medidas que visam a melhoria das condições de concretização da avaliação.

Mito 4 – Os professores têm que organizar um portefólio exaustivo e complexo.

Não. A escola apenas deverá requerer que o professor reúna elementos decorrentes do exercício da sua profissão que não constem dos registos e dos sistemas de informação da escola e que sejam relevantes para a avaliação do seu desempenho. Aliás, no modelo de avaliação anterior, todos os professores já tinham de organizar um portefólio para poderem ser avaliados, constituindo este (juntamente com o relatório crítico de auto-avaliação) o único instrumento de avaliação.

Mito 5 – As escolas têm que registar o desempenho dos avaliados em instrumentos complexos.

Os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida são definidos e elaborados nas escolas, no quadro da sua autonomia, devendo estes ser simples e claros. Nos casos em que tenham sido definidos procedimentos e instrumentos demasiado complexos, as direcções executivas das escolas devem garantir a sua simplificação, estando o Ministério da Educação a apoiar este trabalho junto de todas as escolas.

Mito 6 – Os professores avaliam-se uns aos outros.

A avaliação de desempenho docente é feita no interior da cada escola, sendo avaliadores os membros do órgão executivo e os professores coordenadores de departamento, que exercem funções de chefias intermédias. Não se trata, pois, de pares que se avaliam uns aos outros, mas de professores mais experientes, investidos de um estatuto específico, que lhes foi conferido pelo exercício de um poder hierárquico ou pela nomeação na categoria de professor titular.

Mito 7 – Os professores titulares não são competentes para avaliar.
Acederam à categoria de professor titular, numa primeira fase, aqueles que cumpriam critérios de experiência profissional, formação e habilitações considerados fundamentais para o exercício de funções de maior complexidade, como sejam a coordenação do trabalho, o apoio e orientação dos restantes docentes e a avaliação de desempenho. Assim, não é compreensível nem sustentável a ideia de que os cerca de 35 000 professores titulares que existem actualmente, seleccionados, por concurso, de entre os professores mais experientes, não tenham as competências necessárias ao exercício da função de avaliador.

Mito 8 – Avaliados e avaliadores competem pelas mesmas quotas.
Não. As percentagens definidas para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito Bom, em cada escola, são aplicadas separadamente aos diferentes grupos de docentes. Está assim, assegurada a atribuição separada de quotas a avaliadores e avaliados.

Mito 9 – A estruturação na carreira impede os professores de progredir.
Não. Todos aqueles que obtiverem a classificação de Bom (para a qual não existem quotas) podem progredir na carreira. Para além disso, é importante referir que, neste primeiro ciclo avaliativo, os efeitos de eventuais classificações negativas ficam condicionados ao resultado de uma avaliação a realizar no ciclo avaliativo seguinte. Ou seja, uma classificação negativa só terá consequências na carreira se for confirmada na avaliação seguinte.

Mito 10 – A avaliação de desempenho é injusta e prejudica os professores.

Este modelo não prejudica os professores, assegurando as condições para a progressão normal na carreira, incluindo o acesso à categoria de professor titular, para quem atinja a classificação de Bom, para a qual não existem quotas. Neste período transitório existe uma protecção adicional para os professores, que decorre da não aplicação de efeitos das classificações negativas. É, assim, mais vantajoso que o sistema em vigor para a administração pública.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Dias Loureiro a nu e Cavaco despido. Para quem não lê o expresso

"
Carta a um homem inteligente, meticuloso e cuidadoso

Manuel Dias Loureiro é, indiscutivelmente, um homem inteligente, trabalhador e competente. Por isso se tornou um dos mais importantes militantes do PSD, chegando a secretário-geral dos sociais-democratas. Por isso se tornou um pilar do chamado cavaquismo, exercendo bem os cargos político-ministeriais que ocupou. Por isso, após ter abandonado a política, se tornou num homem de negócios de sucesso. Rico, no dizer de alguns. Com uma vida confortável, segundo o próprio.
Ninguém consegue uma carreira assim sem ser meticuloso e cuidadoso: no primeiro caso tomando nota de todos os factos que possam vir a ser relevantes para esclarecer o passado ou iluminar o futuro; no segundo escolhendo as companhias que permitam chegar ao topo da montanha.
No caso do Banco Português de Negócios, Dias Loureiro diz certamente a verdade - a sua verdade. Mas há factos que, pelo menos, a contraditam. Vejamos.
Em Março de 2001, a revista 'Exame', dirigida pelo jornalista Camilo Lourenço, publica em manchete a notícia de que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao BPN. Dias Loureiro diz ter ficado muito incomodado e pedido explicações ao presidente da instituição, Oliveira Costa. Este terá respondido que eram notícias infundadas, originadas por invejas. Mas, se ficou incomodado, Dias Loureiro não o disse a Camilo Lourenço. Pelo contrário, segundo a versão do jornalista,, telefonou-lhe a dar conta do seu desagrado pelo forma como o BPN tinha sido tratado; a dizer-lhe que o assunto tinha criado um problema de imagem ao banco; que Oliveira Costa estava muito "incomodado" e pensava processar a revista (o que fez, tendo esta de pagar milhares de euros num acordo extrajudicial). Primeira contradição.
Na sequência do artigo, Dias Loureiro insiste que ficou tão preocupado que decidiu ir ao Banco de Portugal em 29 de Abril de 2001 (notável precisão!), num encontro intermediado por Miguel Beleza, para falar com o vice-governador António Marta, responsável pela supervisão. Objectivo: pedir-lhe que, embora sem ter conhecimento de nada, "tivesse uma atenção especial ao BPN", já que o modelo de gestão do banco não lhe inspirava confiança e havia accionistas que sentia que faziam negócios com a instituição.
Como é conhecido, António Marta desmente de forma peremptória ("ou está a fazer confusão com a pessoa ou a mentir"), sustentando que o que Dias Loureiro lhe foi perguntar é porque o Banco de Portugal andava tão atento ao BPN, além de afirmar que as pessoas à frente do banco eram tudo "boa gente". Segunda contradição.
Mas para quem estava tão preocupado com a falta de transparência da gestão do banco (queixa-se que Oliveira Costa fazia poucas reuniões, não falava com ele e não havia actas), Dias Loureiro fez pouco. Como jurista, sabe que as sociedades são obrigadas a reunir o conselho de administração e a fazer actas das suas reuniões. Desses factos concretos, que se saiba, não apresentou queixa ao Banco de Portugal. Terceira contradição.
Mais extraordinário é que nesse mesmo ano da graça de 2001 o próprio Dias Loureiro tenha apresentado a Oliveira Costa o empresário porto-riquenho Hector Hoyos; que tenha sido o próprio Dias Loureiro a sugerir a Oliveira Costa a aquisição de duas empresas tecnológicas de Porto Rico, pertença daquele empresário; que as negociações tenham decorrido na casa de Dias Loureiro, no Estoril; que após o acordo sobre o negócio, envolvendo 71,25 milhões, Dias Loureiro e Oliveira Costa se tenham deslocado a Porto Rico para o concretizar; que os dois tenham constatado que nenhuma das empresa tinha activos tangíveis, a não ser um escritório em San Juan de Porto Rico, que fechou poucos meses depois; e que o dinheiro em causa se evaporou, perdendo-se em contas "offshore".
Sabendo de tudo isto, a cereja em cima do bolo é que Dias Loureiro tomou como boas as explicações de Oliveira Costa para o facto da operação não constar nas contas do banco de 2001 - e assinou-as. Quarta contradição.
Ora um homem inteligente, meticuloso e cuidadoso não se dá com pessoas como o senhor Hoyos; muito menos propõe negócios com tais pessoas; e ainda menos através de zonas "offshore". Dias Loureiro tem, pois, de se esforçar um pouco mais nas suas explicações para nos provar que merece continuar a ocupar o alto cargo de conselheiro do Estado da República Portuguesa. Ou que passou a ter uma vida confortável, nas suas palavras, exclusivamente como resultado do seu enorme talento e do seu inusitado esforço. Porque, como escreveu Pacheco Pereira na 'Sábado', "ficar milionário do nada, tornar-se um grande capitão de negócios "ex nihilo", um superadvogado de grandes negócios, um dono de empresas valendo milhões, isso é impossível acontecer com um salário de deputado ou de ministro".
P.S. - O Presidente da República resolveu divulgar um comunicado, esclarecendo que não tem qualquer envolvimento no caso BPN. Não exerceu funções, não recebeu remunerações, nunca comprou ou vendeu nada ao BPN e às suas empresas, nem contraiu nenhum empréstimo junto desta instituição. Cavaco Silva é um homem íntegro, de uma honestidade acima de qualquer suspeita. Por isso mais se estranha que, no comunicado que publicou, não tenha esclarecido que foi accionista da Sociedade Lusa de Negócios por um curto período até 2003, assim como a sua filha. Para quem queria acabar com todas as dúvidas, faltou lamentavelmente esta referência.


Nicolau Santos
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

sábado, 6 de dezembro de 2008

Que Comunicação Social tem a Maia?

A propósito de Comunicação Social, que opinião terão os cibernautas, que visitam o CATASSOL, acerca dos jornalistas e dos jornais maiatos?


Do ponto de vista político-partidário, globalmente, acham que os jornalistas maiatos são isentos?






E, também do mesmo ponto de vista, dos dois periódicos maiatos “Maia Hoje” e “Primeira Mão” qual é o mais isento?


















Escrutinemos!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Folgosa, da Maia?!...

No passado domingo participei, como responsável de uma estrutura partidária maiata, em Folgosa na mostra pública do apetrechamento com cantina da Escola de Vilar de Luz e nas comemorações do centenário da Escola da Igreja de Folgosa.

Ao longo da manhã em que decorreu o evento foi por demais evidente, para quem esteve atento ao sentir e às afirmações da população presente bem como dos seus representantes locais, Presidente da Junta, Associação de Pais, Agrupamento de Escolas, professores e alunos, o grande desconforto e desencanto dos Folgosenses com o Executivo Camarário por continuar a esquecer aquela terra. Quem conhece Folgosa sabe da manifesta falta de condições em vários domínios e, no caso vertente, no que respeita às escolas da freguesia essa falha continua a ser gritante.

Apetece perguntar ao Senhor Presidente da Câmara e ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal: Folgosa, da Maia?!...

Pena é que o evento não tenha tido, in loco, cobertura jornalística!...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

HOMILIA proferida pelo P. Leonel, NO DOMINGO XXXII T.C. Ano A, Capela de Fradelos, 9 de Novembro de 2008

A curiosa e interessante relação das histórias e acontecimentos da Realidade em que as fibras do nosso coração estremecem e se entrelaçam nos enredos do nosso quotidiano... A profunda relação da Realidade com os mistérios do Reino dos Céus, dá às histórias e aos acontecimentos reais um sentido que os ultrapassa, à luz do Mistério de Cristo. Há quem lhes chame metáforas, trocas de significação em virtude da relação de semelhança subentendida. Eu, pessoalmente, não gosto das leituras metafóricas usadas muitas vezes por quem não entendeu o fundo das questões. Ora, parábolas não são metáforas, mas na boca do Cristo Jesus aproximações à realidade e ao Mistério, mistério da Realidade e realidade do Mistério. Razão por que o nosso Mestre multiplica e acumula as parábolas, para que entendam os que procuram a Verdade e para que não entendam os que da Verdade não querem saber. A parábola, na boca de Jesus, é uma arma de dois gumes para que se definam os campos e as posições de cada um, nos termos da Graça e da Verdade.

Não é pequeno o descuido de quem, por estar numa festa, deixa de estar atento a si próprio e aos outros, portando-se como um louco, gente incapaz da Liberdade, gente para quem a Liberdade só serve para fazer asneiras... Não é pequena a loucura, ou leviandade, de quem não leva a Vida a sério, só porque esta vida são dois dias, ou então porque as noites dão para esconder muita coisa e para passar desapercebido, até deixar de ser reconhecido...

A Festa, a festa da Vida, é demasiado importante para não ser levada a sério. “A seriedade é o princípio da Sabedoria”, que é a fonte da alegria de viver. O que exige uma vigilância permanente. Quem perde a lucidez, põe em perigo a sua vida. Os divertidos acabam quase sempre em pervertidos. Quem, por estar ou se julgar em festa, deixa a Seriedade em casa, e a mete na gaveta, acaba em desmancha-prazeres... “Por que será, perguntou aquele mexicano ao pároco da sua aldeia, que o povo quando está feliz só faz asneiras?” Ainda há muito de pagãos nos nossos cristãos: à volta das nossas igrejas e capelas, nas nossas romarias, corre o vinho e corre o sangue... Começa-se a rir, e acaba-se a chorar. Começa-se em festa, e acaba-se em tragédia. Não estou a usar metáforas. São casos do dia, os faits divers da Realidade a mudar e a transformar, enquanto é tempo.

Um ponto firme, seguro, inalterável e definito, do evangelho de Cristo, da boa nova do Reino dos Céus: a vida é uma Festa, a festa da Vida. Mas isso, isto, exige toda a seriedade da Sabedoria, mais, muito mais que tudo o mais. Senão, acaba mal. Acaba como aqueles divertidos loucos que, quem os conhecia no trabalho e em casa, não os reconhece no meio de tantas tolices e asneiras, e tristes figuras. Há gente que não aguenta a Liberdade, gente para quem a Liberdade só serve para a perder.

O Tempo Comum está a chegar ao fim. Os dois últimos domingos do Tempo Comum, este ano, Ano A, sob as leituras de S.Mateus, são escatológicos. Sentido que já se vem verificando ao longo dos precedentes domingos. A Escatologia é a ciência da Esperança, um saber sustentado, alimentado na “dinâmica do Provisório” cujas insuficiências não desorientam quem acredita na Vida, quem ama a Vida. “Eu amo, logo vivo!” “Quem não ama está morto!” “Deixai os Mortos enterrar os seus mortos”.

Temos muito que fazer, mais que fazer do que perder o Tempo diante do Muro das Lamentações. As multidões do Evangelho voltaram em todo o lado, por toda a parte. Não vem nos jornais nem nos telejornais, a não ser a rotina dos Pagadores de Promessas que fazem de Fátima uma trapalhada… à espera de um esclarecimento histórico, quando a verdade vier ao de cima, se ainda for a tempo!...
Todos nós, apesar de muitos, somos poucos para tanto trabalho, o trabalho da Evangelização. São os trabalhos da Liberdade. Não são os trabalhos da Lei, que esses já estão feitos, e não foram nem vão mais longe, como pedagogia…

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Padre Leonel Camelo de Oliveira

Passará, a partir de hoje, a publicar-se neste blogue alguns escritos do Padre Leonel.

Como refere José Rui Teixeira no intróito ao livro "Duma só coisa quis saber" de Leonel Oliveira, trata-se de um “presbítero da Igreja um homem singular no nosso tempo, pela liberdade, desassombro e tom profético que tão profundamente o caracterizam.”

(Re)conheçamo-lo, então!


Estatuto Político dos Açores




Percebe-se e apoia-se incondicionalmente que o Partido Socialista confirme que vai manter a proposta do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, mesmo contra a opinião do Presidente da República.

O que não se percebe e muito menos se apoie é mais uma atitude incompreensível e a dualidade de critérios deste Presidente da República, Cavaco Silva, que parece ter dois pesos e duas medidas em relação a territórios diferentes do mesmo País, Portugal, como é notoriamente o caso da Madeira.
Quando, há poucas semanas, Os Deputados da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira José Manuel Coelho e João Paulo Baltazar do PND foram fisicamente acossados no átrio do edifício e suspensos ad hoc por ordem do PPD/PSD, Cavaco Silva não esboçou, como garante do normal funcionamento das instituições democráticas, qualquer reparo ou posição...

Temo que, por analogia com os EUA, esta seja a era "Bush" à portuguesa... plena de erros e equívocos... ou não!...


E os Alunos, Senhores Professores?...

Os Senhores Professores

Não querem ser avaliados,

Não querem cumprir o Memorando de Entendimento assinado livremente por todas as partes há bem poucos meses, em todas as matérias reivindicativas cabalmente cumprido pelo ME,

Não querem o Estatuto da Carreira Docente,

Não querem permanecer na Escola 35 horas por semana, como qualquer outro trabalhador (muitos têm de cumprir 40 horas ou mais),

Não querem dar as aulas de substituição,

Não aprovam o Estatuto do Aluno,

Não querem...

Que querem então, Senhores Professores?...

Será que é assim que contribuem para o desenvolvimento académico e intelectual de que o País tanto precisa?

Em dias como os de hoje em que, para além do rigor das condições atmosféricas, as condições no mundo laboral são tão competitivas e exigentes, será aceitável penalizar tantos pais que se viram obrigados a faltar aos empregos para tomar conta dos filhos, correndo o risco de fragilizar ainda mais os vínculos laborais tantas vezes precários?

Não deveriam os Senhores Professores serem obrigados a serviços mínimos, que permitissem minimizar o impacto duma greve no seio dos alunos e das respectivas famílias?

Famílias, muitas delas, a enfrentar problemas imensamente maiores do que ser avaliado como se é em qualquer outra profissão?

E os Alunos, Senhores Professores?...

Não me parece que seja este o caminho que credibilize a Profissão Docente e muito menos que contribua para o respeito que os Professores devem merecer dos alunos e da sociedade em geral!