domingo, 29 de novembro de 2009

Freitas do Amaral, hoje, ao DN

Vale a pena reflectir sobre a entrevista de Freitas do Amaral ao Diário de Notícias.

Deixo excertos sobre assuntos que, como cidadão e socialista, mais me inquietam há algum tempo.

"Como professor de Direito, alguma vez pensou viver num Estado tão torto e tortuoso como o que se vive em Portugal?

Sinceramente, nunca pensei assistir a uma degradação tão grande dos princípios fundamentais do direito e da credibilidade da justiça. Estamos a bater no fundo, mas também estou firmemente convicto de que há muitas formas de combater a corrupção, melhorar o funcionamento da justiça, revalorizar os princípios do Estado de direito. Só que a atitude responsável não é cruzar os braços mas sim pensar e elaborar um programa global de revitalização do Estado de direito e de combate à corrupção. Em seguida, começar a aplicá-lo com firmeza e sem usar a táctica habitual dos dois passos à frente e um atrás.

É o que acontece em Portugal?

Acho que sim e por isso é que a justiça está cada vez mais opaca, lenta e, sobretudo, não se compreende como, na generalidade dos países europeus e nos EUA, casos mais complicados são resolvidos em menos de um ano e cá demoram cinco, como no processo Casa Pia - uma vergonha para a justiça, como acontece com outros casos. Pergunto porque é que são lançados como bombas na comunicação social e depois nada acontece."

...

"Disse, em Janeiro, que existia uma campanha de raiva contra José Sócrates. Acredita na tese de tentativa de homicídio de carácter?

Achei que em Janeiro e Fevereiro, a propósito do caso Freeport, isso aconteceu. Hoje acho que já não é bem a mesma coisa.

Refere-se ao caso "Face Oculta"?

Sim, o que está a acontecer é que se descobriu uma rede - não sei se é tentacular - de pessoas ligadas ao PS que alegadamente estão envolvidas em sistemas de corrupção. Importa não esquecer que com o caso BPN e BPP também se descobriu um conjunto de personalidades ligadas ao PSD dadas como suspeitas de casos de corrupção e que agora até já estão constituídas arguidas formalmente. Quando se trata de redes de influências e de tráficos de influências, que abrangem simultaneamente, nos últimos dois anos, altas figuras dos dois maiores partidos, penso que já é difícil dizer que haja uma campanha de ódio contra uma única pessoa, designadamente para com o líder de um partido ou o primeiro-ministro. No caso Freeport foi diferente, ninguém falava em redes, mas três ou quatro pessoas a canalizar tudo contra a figura do primeiro-ministro. Além de que o ar de cavalgada triunfal de muita comunicação social, convencida de que tinha chegado a hora de assassinar o primeiro-ministro, como os senadores romanos assassinaram Júlio César em pleno Senado, não revela muita isenção (ler caixa em cima). Faço a seguinte reflexão: os principais dados que colocaram sob suspeita o primeiro-ministro em Janeiro, no caso Freeport, foram transmitidos à comunicação social e por esta, de um modo geral, tratados como se fossem provas cabais e completas de incriminação da pessoa. Passou quase um ano e o Ministério Público (MP) não encontrou mais nada, nem sequer sentiu necessidade de ouvir o primeiro-ministro, de o constituir arguido ou de o acusar. Se tenho de confiar que o MP actua com base na legalidade e no princípio da boa-fé, se não o fez até fim de Novembro é porque não apareceu algo consistente. Se de Janeiro a Novembro nada consistente aparece, como é que em Janeiro se lança todo aquele conjunto de suspeitas?"

domingo, 22 de novembro de 2009

PS os administradores da massa falida

Por decisão judicial (leia-se eleições autárquicas) a parelha Luís Rothes/Mário Gouveia, foi designada para administrar a massa falida do Partido Socialista no rescaldo do pior resultado de sempre, obtido nas últimas eleições.

De facto para qualquer náufrago das galeras em busca do El Dorado, o que resta são alguns baús vazios a flutuar no oceano, onde se agarram desesperadamente para, ao sabor da corrente, darem à costa.

As pobres mordomias conseguidas (senhas de presença, telemóveis e secretárias) não justificavam uma tamanha ambição pelo poder, que levou à destruição do PS, com profundas divisões internas e uma total falta de mobilização para a campanha eleitoral.

Sem projecto político, tudo começou mal: o nepotismo pessoal foi a linha que a dita parelha mais usou. Mas o mais espantoso é que, perante o descalabro eleitoral, há quem entenda que tudo deve continuar na mesma.

Que triste imagem dá o PS aos seus militantes e aos seus (escassos) votantes!
Acima de tudo interessa conservar o poder alicerçado naqueles que obtiveram a prenda de tendo sido escolhidos, fazem agora parte da Assembleia Municipal e Vereação da Câmara (ao todo 14 membros da Comissão Política).

A JS Maia que viabilizou a estratégia (furada) da parelha Luís Rothes/Mário Gouveia foi naturalmente muito premiada na constituição destes órgãos. Pena é que ignore as eleições para a Associação de Estudantes do ISMAI e das Escolas do Concelho bem como deixa a JSD reinar nas chamadas Lojas da Juventude da Câmara da Maia, e em restantes organismos (por exemplo, os que defendem o ambiente) que estão implantados no Concelho.

Realizam uns colóquios, dois ou três artigos no jornal e aí está o grupo ao assalto dos lugares.
Que futuro para o PS com esta gente a tentar salvar os cacos e os despojos do maior partido da oposição!

A Secção de Águas Santas está em desagregação eminente, a Sede Concelhia abandonada com condomínios, água e luz por pagar há meses reflecte bem o momento que atravessamos.

Que posição pode o PS fazer? Com que pacto de transparência pode o PS emergir deste lodaçal?...

Os novos protagonistas (?) protagonizaram a catástrofe.
E agarram-se ao poder como lapas.

Porque não convocar eleições antecipadas?
É ou não necessário que o PS ressuscite?

Imagine-se que Mário Gouveia, tendo sido quatro anos Presidente da Junta, nas eleições teve menos votação em Milheirós para a Câmara Municipal que nas eleições de 2005!
Que credibilidade pode ter esta liderança? Como é que a maioria nos pode respeitar?

Que vamos defender nos órgãos Municipais?
Não temos projecto político e estamos desacreditados perante a opinião pública.
A desfaçatez tem limites. Ao menos no CDS o líder demitiu-se. Foi digno e teve carácter.
Nós, um partido de esquerda, damos a triste imagem de nos batermos pelo poder, só e apenas pelo poder!

Os novos protagonistas (Luís Rothes já é repetente, foi 2º de Andrade Ferreira em 2005, tendo obtido agora pior resultado) atingiram o pior score de todos os tempos, ficando o PS apenas com duas Juntas de Freguesia.

Que oposição podemos construir a partir daqui?

É fundamental apresentar aos militantes e ao eleitorado uma outra imagem, uma outra liderança, uma outra esperança com outros protagonistas!

Refundar o PS Maia é urgente. Correr com os vendilhões do templo também!

Paulo Brandão
Deputado Socialista da Assembleia de Freguesia da Vila de Moreira

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Por motivos vários estivemos impedidos de actualizar o CATASSOL.
As nossas desculpas.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PS Maia, refundação para uma nova esperança

Os resultados eleitorais saídos dos últimos plebiscitos – europeu, nacional e autárquico – já foram por demais escalpelizados. Houve resultados para todos os gostos e, de uma maneira ou de outra, todos puderam cantar vitória. Melhor dizendo, quase todos.

Na Maia, globalmente e pela primeira vez, a esquerda perdeu e, dentro desta, o PS foi o que mais perdeu. Se nas Europeias e Legislativas os resultados se ficaram a dever mais a factores exógenos, nas Autárquicas deveram-se, obviamente, a factores endógenos.

Desde logo, impunha-se uma reflexão séria, a assumpção de responsabilidades, a retirada das inerentes consequências políticas e, sobretudo, o ensaiar de novas soluções. Tal deveria ocorrer no fórum nobre do partido a nível concelhio – Comissão Política – estivesse ela legalmente organizada, a funcionar limpa sem continuar sitiada por uma certa forma de anarco-sindicalismo de interesses e práticas que instilam à agressão verbal e física dos que ousam discordar e resistir, tal como a última reunião confirmou.

O estado actual de degradação da imagem e de fragmentação do PS Maia obriga à sua refundação para uma nova esperança, por forma a revitalizar o seu espaço político e fidelizar o seu eleitorado.

Consideremos pois dissolvida a Comissão Política Concelhia do PS Maia até que as próximas eleições internas, Março/Abril de 2010, a requalifique. Até lá, faça-se o necessário debate interno e apresentem-se as soluções.

Da minha parte, proponho-me participar e assumir, como sempre, as minhas responsabilidades.

sábado, 7 de novembro de 2009

CPC_2009-11-06 (a minha intervenção)

Boa noite!
Camaradas

Eu trazia um escrito, mas o elevado nível de hipocrisia atingido nesta Comissão Concelhia dispensa-me de o ler.
Por isso vou ao essencial do que tinha para vos dizer:
"...
Os factos que marcaram a legislatura desta Comissão Política cristalizaram uma divisão impossível de ultrapassar no tempo que lhe resta, que é o mesmo que dizer estamos todos dispensados até às próximas eleições internas. Comigo na presidência propunha a dissolução desta Comissão Concelhia.
...
Termino esta intervenção com o apelo aos potenciais candidatos que assumam já e agora a sua disponibilidade.
Por mim e porque toda a gente sabe que pertenço a uma corrente identificada, assumo a liberdade de indicar o camarada Hélder Ribeiro para liderar esse desafio."

Dito isto dispenso-me de fazer parte desta Comissão Política.
Boa noite camaradas

domingo, 1 de novembro de 2009

PS MAIA PEDE REFLEXÃO SOBRE DESAIRE NAS AUTÁRQUICAS


"Os Membros do Secretariado do PS Maia e os Secretários-Coordenadores agradeceram, em comunicado, a todos aqueles que, no passado dia 11 de Outubro, votaram no Partido Socialista. Não deixaram de cumprimentar os vencedores, desejando que o bom trabalho na Maia seja garantido durante o próximo mandato.

O mesmo comunicado teve como objectivo lançar o debate e a reflexão sobre os resultados obtidos nas últimas eleições. «Nestas autárquicas o PS obteve a nível nacional a maior vitória de sempre, na Maia averbou o pior resultado de que há memória. Tal realidade obriga a uma profunda reflexão sobre as causas de tamanho desaire», revelaram.

Depois das autárquicas, esperavam-se algumas atitudes que não foram visíveis. «Esperava-se que os principais responsáveis por tão pesada derrota, Direcção da Campanha e cabeças de lista à Câmara e Assembleia Municipal, se apresentassem perante o partido para se justificarem e o ouvirem, antes da tomada de posse nos órgãos autárquicos para onde foram eleitos», disseram.

Por outro lado, aguardavam ainda que o Secretariado se reunisse e que se convocasse a Comissão Política, onde fossem prestadas explicações e os lugares fossem colocados à disposição. Tal também não foi verificado.

O comunicado serviu, então, para os Membros do Secretariado do PS Maia e os Secretários-Coordenadores (Hélder Ribeiro, Joaquim Lopes, Joaquim Soares, JorgeCatarino, Rogério Rocha e Raquel Catarino) se demarcassem dos comportamentos que se seguiram às autárquicas do passado dia 11 de Outubro."