sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

(Ir)Responsabilidade Social

Atónito é como se fica depois de ler a notícia de destaque do Público de 24-12-09, que relata o dia a dia dos trabalhadores dos hipermercados.
Os meus parabéns Sr. Belmiro de Azevedo!?
Agora mais próximo do fim, já com poucas possibilidades de alterar a realidade relatada no seu “Jornal de referência”, continuaria a interpretar com o mesmo rigor a cartilha do Capitalismo tirano e fascista que o designado comércio moderno representa?
Liberalismo económico é o nome da doença.
APED é o nome em português desta associação de “Benfeitores” que depois de adquirirem todas as certificações reclamam agora a da Responsabilidade Social.
Até Mamom deve estar surpreendido com o requinte dos seus servidores, homens honestos e trabalhadores, sempre atentos à exponencialização da ganhunça.
Não que ganhar dinheiro seja crime, crime é ganhá-lo assim, na exploração vergonhosa dos mais fracos.
Vai acabar mal este Darwinismo económico, porque não tem limites, hoje ainda existe alguma limitação (…as operadoras usassem fraldas.) por pudor.
Responsabilidade Social, perguntem a um qualquer especialista das certificações onde começa a responsabilidade da mudança para o novo paradigma e todos dirão que é no topo da administração.
Assim senhores gestores e administradores responsáveis utilizem as ferramentas legais e de gestão para novas argumentações, as crises não justificam tudo, em particular aquilo que é fruto de teorias desumanizadas e bem planificadas.
O vosso exemplo é fundamental para a qualificação deste País.
Num primado da Justiça e da Moral (Ética), aquilo que é relatado nas páginas do Público é motivo suficiente para muitas condenações.
Num primado da Economia este tipo de gestão amoral vinga como exemplo de boa governação.
As empresas têm de facto uma responsabilidade social, mas se o caminho escolhido for este de exploração degradante dos seus trabalhadores seria melhor que encerrassem as portas.
A imaginação está ao alcance de qualquer gestor e em empresas desta dimensão também não faltam os meios para com pouco fazerem muito.
A responsabilidade social começa dentro de casa, respeitem os vossos empregados.
Nos momentos mais difíceis da empresa, quando esta estiver com dificuldades em atingir os objectivos planeados, experimentem criar um fundo interno de solidariedade que vise a manutenção dos lucros previstos, cortem até 20% dos rendimentos das chefias intermédias e de topo, vai seguramente sobrar uma folga financeira que vos aliviará dos maus resultados.
Um abraço solidário para os que vivem neste inferno relatado e Boas Festas para todos.

António Espojeira

Sem comentários: