quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Uma questão de Educação ou REVANCHISTA, SECTÁRIO, ESTÚPIDO E MALCRIADO

Fica-se estarrecido quando se lêem algumas prosas que, vindas de quem parece que assina e com as responsabilidades de governação autárquica que hoje têm, mais parecem de um qualquer revanchista, em guerra com o seu passado e inspirado pelo desejo de vingança.

Só assim se pode compreender que se olhe para um outro que, no caso um Dirigente da Fenprof, regularmente se submete e é sufragado pelos seus pares professores. Honra lhe seja feita, neste particular, passados todos estes anos ainda não renegou nem o sindicalismo nem ser professor. Quantos se poderão gabar disso?

Muito poucos e muito menos os sectários que se esquecem de si e estão sempre de dedo em riste apontando defeitos aos outros, não se lhes conhecendo outra profissão que não a de “profissionais da política” e se alguma vez vão a votos é sempre atrás, muito atrás do protagonista. Não têm credibilidade para mais.

Esta realidade é ainda mais preocupante exactamente quando estes exemplos acontecem no seio de uma actividade que deveria ser nobre: na Política.

A descredibilização dos partidos, da política e do próprio sistema democrático deve-se muito a personagens deste tipo que pululam e poluem a “classe” política. O viés que representa esse subproduto da democracia, uma classe sem Classe que grassa e parasita a “Classe Política” é um mal que urge enfrentar.

Uma classe estúpida, sem nada para dar à comunidade, que ascende “à gola” dos partidos e que os renega quando atinge os seus fins. Uma classe malcriada que sobrevive lançando impropérios indiscriminadamente ao sabor do seu egocentrismo patológico.

Como se pode permitir alguém com altas responsabilidades de gestão municipal a veleidade e a petulância de, por detrás do aconchego de um portátil, apelidar os alunos de “bando” e os professores de covardes e irresponsáveis?

Como se pode alguém arvorar intelectualmente acima e lançar anátemas mentirosos aos “miúdos” dos anos 70 da Ribeira (e do Barredo) que, a quase todos conheço pelo nome, hoje são Homens dignos e de passado impoluto que sobreviveram e subiram a corda da vida a pulso, sem renegar a origem nem trapacear o semelhante?

Que pensará a Escola, alunos, professores, funcionários, pais e encarregados de educação, de uma Câmara Municipal que quer pôr sob a alçada de tal figura a gestão da Educação? E, pior ainda, quando se pretende que essas competências, com toda a certeza para escaparem ao escrutínio do executivo camarário e da Assembleia Municipal, sejam transferidas na totalidade (gestão de edifícios, acção social escolar, actividades de enriquecimento curricular, contratação de pessoal docente e não docente, etc., etc.) para uma empresa municipal tutelada por tal pessoa?

Pode-se enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não conseguem enganar todas o tempo todo…

6 comentários:

Mário Nuno Neves disse...

Educação: PS/Braga condena manifestação contra ministra em Fafe
12 de Novembro de 2008, 19:26
Braga, 12 Nov (Lusa) - A Federação de Braga do PS condenou hoje a manifestação realizada, terça-feira, pelos estudantes da Escola Secundária de Fafe contra a ministra da Educação, classificando-a como "um desrespeito à democracia e aos órgãos de soberania do país".
Em declarações à Lusa, o presidente do organismo, Joaquim Barreto apelou aos estudantes para que "usem o direito à manifestação, sem desrespeitarem os direitos dos outros, e as regras de cidadania".
"A democracia dá-nos direitos e também deveres, e um destes últimos é, precisamente, o de respeitarmos os direitos dos outros", sublinhou.
O dirigente político socialista considerou que a manifestação estudantil, que incluiu o gesto de atirar ovos ao carro onde seguia a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, foi "condenável".
"É preciso que as pessoas contestem, se entenderem dever fazê-lo, mas com bom senso", frisou.
Maria de Lurdes Rodrigues foi recebida junto ao estúdio Fénix de Fafe por uma manifestação de cerca de 300 estudantes do ensino secundário que gritaram palavras de ordem, atiraram ovos e tentaram impedir a passagem da viatura onde a ministra seguia.
A acção estudantil forçou a ministra a não participar numa cerimónia de entrega de diplomas a alunos dos cursos do programa "Novas Oportunidades" que iria decorrer no local.
"Grosso modo, Mário Nogueira já não dá aulas há mais de 22 anos.

Hoje, Mário Nogueira entra em cena de novo. Nos últimos dias tem prometido uma manifestação de professores maior do que aquela que se realizou a 8 de Março, em Lisboa, com cerca de 100 mil pessoas, na contagem de Mário Nogueira. Com a prosápia que é comum a todos os especialistas em agitação, Mário Nogueira assegura que a passeata de hoje será um acontecimento a nível mundial. "Nunca aconteceu no Mundo inteiro", diz o agitador.

E estou mesmo convencido de que milhares de jornalistas de televisão, rádio e jornais do Planeta não quererão perder um evento único como este. Pessoas inteligentes a cumprir as ordens, os gestos, os gritos do pastor Mário Nogueira. Notável este homem. É secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, aestrutura sindical dominada pelo Partido Comunista.

Grosso modo, Mário Nogueira já não dá aulas há mais de 22 anos. Ou seja, já não é capaz de exercer a sua profissão. ‘Transferiu-se’ da escola para o sindicato e, em consequência, ‘comanda a vida’ dos professores há mais de 22 anos. Era um professor, hoje é um agitador.

O que faz? Faz manifestações "únicas no Mundo", como a que anuncia para hoje. Consegue, para só falar nesta manifestação, mais de 700 autocarros alugados em Portugal e em Espanha para trazer o seu rebanho, faz esperas ao primeiro-ministro quando este se desloca pelo País, para o invectivar, humilhar, insultar, desde que tenha as câmaras de televisão pela frente. No caso em apreço, uma ira porque não concorda com a avaliação dos funcionários. Se não fosse a avaliação, era uma qualquer outra coisa. O que o motiva é a agitação, em prol da estratégia do PCP. Não há nada com que concorde. Ano após ano.

Em consonância com a estratégia do seu partido, nunca houve um ministro da Educação razoável. São todos estúpidos, passam a maior parte do mandato a congeminar medidas contra os professores. Se o ministro fosse militante do PCP, aí sim, todos os problemas ficavam resolvidos por um truque de magia. Mas como esse cenário é longínquo, quase impossível, Nogueira terá de continuar a cumprir tarefas de destabilização para o ‘povo’ das escolas não adormecer. Francamente ele merece a ‘ordem de Lenine e Estaline’. Tem sido um militante incansável e todos os louvores lhe são devidos. Os professores que não aceitaram uma venda nos olhos e não vão amanhã à manifestação vão poder assistir pela televisão ao maior espectáculo do Mundo – ‘o circo de Nogueira’."

Emídio Rangel, CM online, 08-11-2008
Luta comunista na CGTP passa pelos sindicatos de professores
No JN do dia 24 de Março: mais uma prova de que a candidatura da Manuela Mendonça está mesmo a incomodar:

A substituição de Paulo Sucena à frente da Fenprof - federação de sindicatos de professores afecta à CGTP - levou o Partido Comunista Português (PCP) a jogar uma cartada forte para recuperar algum do poder perdido. O ano passado um militante comunista perdeu as eleições para um independente no Sindicato de Professores da Grande Lisboa (SPGL) e, no próximo mês, a liderança da federação vai também ser disputada por um militante do PCP e uma independente. É que a Fenprof vale cerca de 10% da CGTP e na central já se trabalha para o congresso do próximo ano.Alguns dos intervenientes no processo eleitoral da Fenprof, ouvidos pelo JN, preferiram ser politicamente correctos e desvalorizaram a questão partidária, mas o tema faz parte das conversas dos sindicalistas que, no Congresso de 19 a 21 de Abril, vão eleger o Conselho Nacional que vai depois escolher o secretariado - o número um da lista vencedora será o secretário-geral.António Avelãs, o independente que derrotou a lista liderada por um militante do PCP no SPGL, e que desistiu de uma candidatura para apoiar Manuela Mendonça, considera que a filiação partidária não deve influenciar os eleitores, mas, quando questionado sobre a possibilidade desse tema de debate, responde "A experiência diz-nos que sim". "O problema pode colocar-se entre os que puxam pela militância de Mário Nogueira e acusam, falsamente, a Manuela Mendonça de ser do Partido Socialista", acrescenta.Mário Nogueira, o candidato que é militante do PCP, também é da opinião que esta questão não deve contar, mas sempre vai dizendo que "têm especulado sobre a influência e as aproximações partidárias" da candidata Manuela Mendonça. É a primeira vez que do Secretariado da Fenprof saem duas candidaturas, mas todos os sindicalistas ouvidos pelo JN garantem que isto não significa divisões no projecto. "É uma questão de perfil" para a liderança, nada mais, garantem. As duas candidaturas gostam de recordar que têm entre os seus apoiantes militantes do PCP, PS, Bloco e independentes. Manuela Mendonça é apoiada pelo sindicatos do Norte - ao qual pertence - e da Grande Lisboa (valem cerca de 60% dos votos), enquanto que Mário Nogueira já garantiu o apoio dos sindicatos do Centro - o da sua origem -, do Sul e os das ilhas (Madeira e Açores).

Mário Nuno Neves disse...

O que eu escrevi - e mantenho - foi isto:
"Ainda sobre Educação
A forma como a Ministra da Educação foi hoje recebida numa escola – ovos arremessados por um “bando” de alunos – é inqualificável.
Indicia uma clara covardia de alguns professores que não se coíbem de manipular de forma reprovável os seus próprios alunos para fazerem aquilo que eles gostariam de fazer mas não têm coragem.
Protestar faz parte das regras do jogo democrático. A manipulação de crianças e actos de vandalismo não fazem.
Faz-me lembrar os idos dos finais dos anos 70 quando a Avenida dos Aliados era palco de manifestações e pugilato. O PC progredia ao longo da avenida sempre atrás de miúdos arregimentados na Ribeira que arremessavam pedras.
O sindicalismo dos professores está absolutamente ao serviço do PCP, capitaneado pelo Senhor Nogueira, que apesar de professor há um quarto de século que não põe os pés numa escola para exercer a sua profissão. Se calhar ainda bem.
É bom que Manuel Alegre perceba exactamente o que está em causa e que os demais partidos à direita do PS percebam exactamente o que se está a passar.
Os pais desses alunos – e de muitos mais pelo País fora – não devem permitir que os seus filhos sejam manipulados por covardes e irresponsáveis.

E já agora...não abona nada a seu respeito a forma como se dirige a mim: "revanchista, sectário e malcriado".
Até na mais profunda das discordâncias há que manter alguma elevação...

Mário Nuno Neves disse...

Já agora:
JS acusa sindicatos de instrumentalizar professores...
"A Juventude Socialista acusou os sindicatos de instrumentalizar os professores, considerando incompreensível que alguns socialistas se deixem "capturar" pelo seu discurso.

"Não compreendemos que alguns socialistas se deixem capturar por este discurso. Não percebemos a sua radicalização e a sua incapacidade de ver algo de positivo nas políticas implementadas. Não nos parece democrático, nem tão pouco socialista", refere o secretariado nacional da JS em comunicado.

Hélder Ribeiro disse...

Percebo, da sua longuíssima dissertação, que ideias diferentes o irritam profundamente.

O radicalismo que ainda hoje evidencia foi o mesmo que, nos finais dos anos 70, se manifestava, quase sempre violentamente, na rua, à esquerda e à direita, e encaminhou desde logo muitos, tal como a mim, para os círculos de intervenção política e cívica próximos do Partido Socialista, tradicionalmente mais moderados, mais sensatos, mais plurais e democráticos.

Continuo a reconhecer-me nesse quadrante.

Aqui e agora, o ponto importante não é esse. O ponto nuclear é a atitude e a responsabilidade.

A atitude e a responsabilidade de um autarca que exerce um cargo de elevada exigência, importância e notoriedade na cidade, no concelho em que vivemos.

A atitude em relação aos outros quando esses outros, manifestamente, são apresentados como diferentes de nós. Com outro estatuto, com outros recursos, com outras vidas, com outras convicções.

Começo pelas gentes Ribeirinhas. E afirmo-o porque sei do que estou a falar. As gentes da Ribeira, do Barredo, da Fonte Taurina, das Escadas dos Guindais, da Rua Escura, de Miragaia são Gente. Gente que se arregimenta tanto ou tão pouco como a Gente do Minho, como a Gente de Trás-os-Montes, como a Gente da Estremadura, como a Gente do Alentejo, como a Gente do Algarve, como a Gente da Madeira, como a Gente de qualquer outra parte de Portugal ou do Mundo, até mesmo como a Gente da sua terra.

Continuo com a caracterização extemporânea que faz de alunos e professores, que não resulta de um conhecimento factual, in loco, das ocorrências mas sim de um silogismo enviesado, construído com recurso a apreciações à distância, com recurso, portanto, a premissas contaminadas por sentimentos de anti-comunismo e anti-sindicalismo primário.

Chego, agora, ao busílis da questão.

Será avisado e alguém poderá ficar tranquilo no concelho da Maia, sabendo que um dos autarcas, que alguns até indicam como o estratega da política de direita no concelho, com elevada responsabilidade na gestão municipal é alguém assim tão radical? Tão extremado e tão pouco rigoroso nas suas reflexões?

Será avisado e algum pai, encarregado de educação, aluno, professor ou pessoal não docente poderá ficar sossegado e confiante sabendo que, na Câmara Municipal da Maia, o sector Educação migrará na totalidade para uma empresa municipal, na alçada exclusiva de um autarca que faz tão mau conceito e tem tão má imagem dos principais protagonistas – alunos e professores? Que vê agitadores, conspiradores, comunistas e energúmenos em todos os que ousarem discordar?

Esta é que é a questão de fundo. Esta é que é a questão importante.

Convido os Maiatos a reflectir sobre ela. Convido os Maiatos a agir com base nela.

Anónimo disse...

A CMM vive de alguns orfãos políticos, que para sobreviver se encavalitam nas costas dos confrades da vereação.
Vale tudo!
O PPD-PSD que se cuide!
Qualquer dia estão a reboque de uma estratégia pessoal, que nem sequer é laranja!

Anónimo disse...

É verdade. Muito de acordo de acordo consigo, colega.

A CMM, hoje, não tem projecto e não há uma Visão para o concelho. Vive emaranhada num novelo de folhetins e trama política constante em que cada um dos grupos, com representação na vereação e assembleia municipal, se digladia e joga afim de obter mais um naco de poder e influência.

Efectivamente tal como diz a voz do povo “Deus dá-os eles juntam-se”, não será por acaso que dois desses órfãos políticos de que fala são os mais irrequietos que, de forma mais radical e às vezes até com desespero, procuram claramente ganhar o espaço que lhes permita manterem-se no círculo do poder e dos negócios.

Pelo que se sabe e constata, um sobreviveu alienando o partido que lhe deu tudo, o outro, depois de percurso idêntico, porque isso já não seria suficiente teve de subir a parada e travestir-se de militante crítico do PSD. Obviamente que o desfecho teria de ser o que teria de ser… fazendo jus ao velho ditame de “quem chora não mama”… alargar a parceria cibernética à edilidade concelhia. Uma dupla invejável talhada à medida para as circunstâncias. À falta de objectivos, de obra, de criatividade e de capacidade política nada melhor que investir na arruaça e na publicidade. Um cria fait-divers e quebra narizes (virtuais, claro) outro vende as imagens plásticas (virtuais, claro também).

Na verdade, tristemente, se os subtrairmos aos dois da ribalta política quem fica para contar a história da direita que desgoverna o concelho? Ninguém. Nada, não resta nada! Tal é o deserto para onde estão a levar o nosso concelho. São como que os últimos náufragos que, antes do afundamento completo, desesperadamente esbracejam, gritam, gesticulam e se agarram a tudo e a todos para evitar o inevitável…

Podiam fazê-lo com mais dignidade. Em silêncio e batendo uma solene continência ao Povo que lesaram.