Falando dos actuais protagonistas políticos, de direita e de esquerda(?), que governam, duma ou de outra maneira, os destinos do concelho maiato, não resisto a citar um texto de Jacinto Lucas Pires, intitulado "
O amuo português":
"Já se sabe que, por cá, o amuo é uma instituição. O amuo, o arrufo, a birra... enfim, todas essas variantes mesquinhas, oblíquas, impotentes, da zanga. Talvez tenha a ver com o nosso clima “temperado” ou com a longa propaganda dos “brandos costumes”, não sei. O facto é que, tantas vezes, por estes portugais, fazia falta um desacordo honesto, uma boa discussão, um berro, um murro na mesa, e em vez disso apenas sabemos oferecer silêncios chochos, palavras para dentro, desistência e mal-estar e um pobre espírito entredentes."
Por isso, nada melhor do que prendar menestréis provincianos com letra de música a sério…
Amuo (Clã)
Vejo que estás mais crescida
Já dobras a frustração
Bates com a porta ao Mundo
Quando ele te diz não
Envolves o teu espaço
Na tua membrana ausente
Recuas atrás um passo
P’ra depois dar dois em frente
Amuar faz bem
Ficas descalça em casa
A fazer a tua cura
Salva por um bom amuo
De fazer má figura
Amanhã o mundo inteiro
Vai perguntar onde foste
E tu dizes apenas
Que saíste, viajaste
Amuar faz bem
Nada como um bom amuo
Apenas um recuo quando nada sai bem
E depois voltar
Como se nada fosse
E reencontrar o lugar
Guardado por um bom amuo
(Tomara que seja tarde demais!!!...)
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